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"A Escola e a Dislexia"
Introdução

Este trabalho é proveniente de uma monografia, concluída em 2009, no curso de especialização em Psicopedagogia – Abordagem Clínica e Institucional,do Centro Universitário Franciscano – UNIFRA/RS, intitulada "Dislexia: um Distúrbio de Aprendizagem em Questão", que teve como foco de estudo a temática da Dislexia e suas repercussões no contexto escolar.

Nesse contexto, foram levantados alguns questionamentos básicos: O que é Dislexia? Se não for diagnosticado precocemente, quais consequências este distúrbio pode acarretar? De que forma podem-se ensinar as crianças que possuem este distúrbio?

O objetivo geral deste artigo visa contribuir para a definição e a identificação da Dislexia, de seus sintomas e consequências a partir de um aporte teórico. Como objetivos específicos: conceituar a dislexia; analisar as consequências da dislexia na vida escolar e na sociedade; identificar as possibilidades de uma intervenção precoce; apontar métodos que possibilitam a aprendizagem do disléxico.

A Dislexia, de acordo com Rotta; Ohlweiler; Riesgo (2006, p.152) consiste no "transtorno manifestado por uma dificuldade na aprendizagem da leitura e por problemas na escrita, independentemente da instrução convencional, inteligência adequada e oportunidade social"; segundo Frank; Livingston (2003, p.23) "não é uma doença, mas sim um distúrbio com base neurológica" e "atinge cerca de 10 % a 15% da população mundial" (IANHEZ; NICO, 2002, p. 67).

Para Shaywitz (2006, p. 30) a consequência deste distúrbio será um sofrimento para sua aprendizagem escolar, visto que diante da manifestação de dificuldades, "a causa é geralmente atribuída à burrice ou a preguiça", e nenhuma iniciativa é tomada para que haja uma superação desta dificuldade, ocasionando repetências e até mesmo evasão da escola por estas crianças nos primeiros anos de vida escolar. Logo, este distúrbio poderá resultar em repetências escolares, pois algumas escolas e seus educadores podem desconhecer o problema, podendo ocasionar efeitos negativos na criança, se não for diagnosticada precocemente, podendo se tornar um forte candidato à evasão escolar.

 Escola e Dislexia

Todos sabem que na instituição escolar existem várias pessoas com funções diferenciadas, mas tendo como meta principal educar a classe discente para apropriação da herança cultural da sociedade, com a mediação e reciprocidade dos conteúdos do ambiente escolar com as diferentes concepções do meio no qual este aluno faz parte, propiciando, assim, a aprendizagem de ambos.

Dentro desta escola existe uma estrutura organizacional e como tal há uma série de funções que deve estar presente para que haja um equilíbrio entre o ensino, o educando, a instituição escolar e a sociedade. Todas estas funções devem ter posições similares para que se possa atender e atingir os objetivos de qualquer escola e que garanta uma aprendizagem transformadora de conhecimentos, preparando seus alunos para o meio social de que fazem parte num sentido amplo de cooperação e modificação mútuas para o desenvolvimento. Além deste equilíbrio nas funções da instituição, "para o êxito da aprendizagem é preciso compreender o potencial igualitário de quem ensina, o conteúdo a ser aprendido e o sujeito que aprende" visto que a função principal da escola é contribuir para o sujeito ascender socialmente e possibilitar um melhor desenvolvimento para seu país (MANTOVANINI, 2001, p. 60).

Contudo, o educando, como indivíduo, é um ser complexo dotado de liberdade e criatividade, podendo ou não aceitar o ensino que esta instituição ou educador propaga, dependendo do seu potencial de capacidade, de seus interesses e das influências externas que este recebe.

Segundo Vasconcellos (1993) a metodologia de ensino não favorece a construção do conhecimento, o professor não ensina; o aluno pobre é expulso da escola devido à falta de adaptação a sua realidade; o aluno que fica é educado para submissão e não tem uma consciência crítica aceitando tudo, pois este tipo de educação é conservadora e elitista; a acomodação de todo o sistema educacional que ainda transmite e não transforma o conhecimento e a preocupante situação da saúde física e mental dos docentes que tentam mudar essa concepção e não conseguem por barrarem em concepções tão intrínsecas da classe docente vigente.

Não obstante, é necessário que haja uma mudança e que se estabeleça uma superação desta metodologia pela valorização da reciprocidade entre educador-educando oportunizando o processo de transformação e assimilação destes conhecimentos refletindo uma aprendizagem significativa para toda uma vida. O reflexo desta aprendizagem nada mais é do que compreender como o aluno aprende tendo concepções teóricas da aprendizagem definidas, buscando uma metodologia que se fundamente na mediação do professor e a relação do sujeito com o objeto cognoscente transformando o conhecimento adquirido, assimilando e acomodando de forma crítica e reflexiva. Sendo que esta ideia de reflexão tenha como referência significativa a compreensão de que é trabalho do educador organizar as situações problemáticas para delimitar os objetivos que serão atingidos e determinados pelos meios cujo os quais se poderão chegar até eles, valorizando o processo de reflexão sobre o conhecimento na ação.

Aliás, todos esses problemas do sistema educacional constituem uma das principais causas de repetências ou atraso da escolaridade e que tais alunos com dificuldades em geral têm algum déficit com as outras matérias por não saberem compreender o que estão lendo devido a toda essa metodologia de transmissão passageira e não de uma transformação duradoura do conhecimento, pois não faz com que o aluno seja crítico e reflexivo em todos os conteúdos aprendidos em sala de aula.

Além disso, a situação dos disléxicos se torna mais complexa devido a todas estas condições citadas e quando relacionada com a metodologia de aprendizagem escolar, supracitada, visto que os professores e as escolas talvez não consigam discernir este distúrbio, pois é um transtorno de difícil e de tardia identificação quando relacionada com a metodologia escolar tradicional da transmissão de conhecimentos que não exige uma reflexão da atuação deste educador.

Shaywitz (2006, p. 221), descreve que a própria escola não está preparada para se adaptar a esta necessidade que qualquer aluno disléxico possa a vir a apresentar, porque "estas escolas demoram a identificar um problema de leitura, oferecendo poucas oportunidades de ensino e com a fraca formação dos professores, podendo saber pouco sobre o ensino da leitura e suas dificuldades". Além disso, essa relutância para atender as necessidades de ensino de um aluno com dislexia reflete a ignorância da própria escola sobre as dificuldades de leitura e da natureza de seu corpo discente. Visto que os métodos avaliativos de todo sistema educacional se baseiam em provas escritas e o método para se alfabetizar consiste numa miscelânea do método global com o método analítico-sintético. Isto dificulta a vida escolar do aluno disléxico, que, embora tenha um desenvolvimento cognitivo muitas vezes superior a de seus colegas, acaba por ter um rendimento escolar abaixo do normal devido a essas implicações encontradas nas escolas.

É preciso que na formação dos docentes haja certo conhecimento sobre como se determina a aquisição da leitura e escrita na criança. Isto porque o processo de aquisição de escrita e da leitura não se refere apenas à transmissão de sons da fala, mas sim à tomada de consciência das estruturas fonológicas da linguagem e a compreensão do princípio alfabético. Ou seja, é preciso que os educadores e alfabetizadores tenham o discernimento sobre as habilidades metalinguísticas durante a fase da alfabetização. Visto que estas habilidades referem-se à capacidade da criança em refletir e manipular conscientemente os elementos da língua, através da decomposição dos sons nas letras e palavras em sílabas, que nada mais é a consciência fonológica e o conhecimento do código alfabético surgindo simultaneamente.

No entanto é esta disfunção do sistema de linguagem que seria a causa da dislexia, segundo Shaywitz (2006, p. 44) "especificamente no nível do módulo fonológico que se dedica ao processamento de diferentes elementos sonoros da linguagem (fonemas) processada no cérebro". Ou seja, é uma deficiência inerente a um componente específico do sistema de linguagem, no qual o módulo fonológico corresponde a parte funcional do cérebro onde os sons da linguagem são reconhecidos e montados sequencialmente para formar palavras e onde as palavras são segmentadas em sons elementares formando, assim, os fonemas. Sendo assim, salienta-se que a Dislexia reflete um problema de linguagem e não uma deficiência cognitiva, costumando apresentar-se em pessoas de nível intelectual normal e ser mais frequente em indivíduos de nível intelectual superior, podendo levar a um problema de nível social como já referido.

Considerações finais

A Dislexia é um distúrbio de linguagem com base orgânica, podendo predispor a pessoa a vários problemas de ordem social, comportamental e emocional, tendo em vista os aspectos sociais que envolvem a noção de fracasso e sucesso escolar na sociedade atual.

A função da escola presente é percebida socialmente como transmissora de conhecimentos que ainda usa métodos de ensino e aprendizagem tradicionais e que favorecem a segregação e exclusão de alunos com quaisquer tipos de dificuldades no aprendizado. Nesse sentido uma revisão criteriosa no ponto de vista epistemológico e metodológico da atuação dos professores nas escolas pode ser iniciada, possibilitando a inclusão de propostas que atendam as dificuldades de aprendizagem, especialmente dos distúrbios com diagnóstico, como é o caso da Dislexia.

A importância de um diagnóstico precoce pode facilitar o trabalho pedagógico sendo que os métodos de ensino podem ser adequados e desenvolvidos para melhor atender o aluno disléxico e o melhor método para a alfabetização de um disléxico nada mais é que a análise fonética ou analítica-sintética, pois é a mais promissora abordagem no alcance da aprendizagem da leitura e escrita. Só assim, será evitada a evasão escolar e a exclusão social.

É preciso, também, que exista um trabalho simultâneo e um apoio psicológico entre a comunidade escolar e família para que se consigam, persistentemente, os objetivos da aprendizagem na educação que é fazer o sujeito ascender socialmente, contornando todas as dificuldades encontradas pelo disléxico. Só assim eles poderão ter uma educação digna e sem preconceitos.

Referências Bibliográficas

FRANK, Robert; LIVINGSTON, K. E.A vida secreta da criança com dislexia.São Paulo: Makron Books, 2003.

IANHEZ, Maria Eugênia; NICO, Maria Ângela.Nem sempre é o que parece:como enfrentar a dislexia e os fracassos escolares. São Paulo: Alegro, 2002.

MANTOVANINI, Maria Cristina.Professores e alunos problema:um círculo vicioso. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2001.

ROTTA, Newra T; OHLWEILER, Lygia; RIESGO, Rudimar S.Transtorno da aprendizagem:abordagem neurológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006.

SHAYWITZ, Sally.Entendendo a dislexia:um novo e completo programa para todos os níveis de problemas de leitura. Porto Alegre: Artmed, 2006.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos.Construção do conhecimento:em sala de aula. São Paulo: Libertad, 1993.

Autor: http://www.artigonal.com/authors/612805

Referência: http://www.artigonal.com/educacao-infantil-artigos/a-escola-e-dislexia-3235859.html
Sinais e Características da Dislexia

O ideal seria que toda criança fosse testada para detectar se ela sofre de dislexia. Porém, o sistema educacional brasileiro é deficiente e há uma falta de recursos na maioria das escolas do País. Portanto, é importante que pais e professores fiquem atentos aos sinais de dislexia para que possam ajudar seus filhos e alunos.
O primeiro sinal de possível dislexia pode ser detectado quando a criança, apesar de estudar numa boa escola, tem grande dificuldade em assimilar o que é ensinado pelo professor. Crianças cujo desenvolvimento educacional é retardatário podem ser bastante inteligentes, mas sofrer de dislexia. O melhor procedimento a ser adotado é permitir que profissionais qualificados examinem a criança para averiguar se ela é disléxica. A dislexia não é o único distúrbio que inibe o aprendizado, mas é o mais comum.
São muitos os sinais que identificam a dislexia. Crianças disléxicas tendem a confundir letras com grande freqüência. Entretanto, esse indicativo não é totalmente confiável, pois muitas crianças, inclusive não-disléxicas, freqüentemente confundem as letras do alfabeto e as escrevem de lado ao contrário. No Jardim de Infância, crianças disléxicas demonstram dificuldade ao tentar rimar palavras e reconhecer letras e fonemas. Na primeira série, elas não conseguem ler palavras curtas e simples, têm dificuldade em identificar fonemas e reclamam que ler é muito difícil. Da segunda à quinta série, crianças disléxicas têm dificuldade em soletrar, ler em voz alta e memorizar palavras; elas também freqüentemente confundem palavras. Esses são apenas alguns dos muitos sinais que identificam que uma criança sofre de dislexia.  A dislexia é tão comum em meninos quanto em meninas.

A sociedade e o suicídio

O suicídio é visto pela sociedade como algo pecaminoso, de quem é fraco, egoísta e manipulador. Mesmo aquele que pensa em suicidar-se pensa assim, fazendo com que reforce o sigilo e o silêncio em relação a intenção. Mas em algumas sociedades, percebemos que secretamente é aceita como em contextos culturais que o suicídio é cometido em nome da honra. Também em contextos religiosos, que o aprovam como forma de martírio, sendo visto como prova de devoção religiosa, nacionalista ou meramente política.

Alguns mitos reforçam o estigma social do suicídio
  • Falar sobre o suicídio
  • Ser um ato impulsivo
  • Ser resposta ao estresse
  • Causado pelo estresse
  • Quem está sob o risco de suicídio não é ambivalente sobre completar o ato
  • Todo suicida é fraco e egoísta
  • Pessoas bem sucedidas não cometem suicídio
  • Falar com quem está deprimido sobre suicídio o fará cometer suicídio
  • Nada pode ser feito porque não adiantaria
  • Quem tenta o suicídio só quer chamar atenção.
Mas cada pensamento desses, só tende a piorar o que chamo de assistência imediata a um GRITO DE SOCORRO. Pois esse é um erro que não deve mais ser cometido por nós.
Ninguém busca morrer por prazer de morrer. Muitas pessoas que cometem suicídio sofrem de doenças mentais que podem não ter sido diagnosticadas, e que com um tratamento adequado poderia ter sido evitado.