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Conceito de Esquema para a Abordagem Cognitiva

Esquemas são conjuntos de características típicas e distintivas de uma cena ou seqüência de ações. Um exemplo pode ser a representação mental que temos de uma cozinha. Quando imaginamos uma cozinha formamos imagens de componentes comuns a todas as cozinhas: cadeiras, fogão, geladeira, panelas, mesas, portas, janelas. O esquema preserva os aspectos essenciais daquilo que representa. Desde muito pequenas as crianças desenvolvem esquemas para cenas contendo informações sobre os objetos numa cena e sobre as relações dos objetos entre si. Tal esquema pode servir como base para um conhecimento espacial comum. Os esquemas tornam a memória muito mais eficiente porque preservam a essência de uma cena sem exigir que a pessoa se lembre de todos os detalhes. Mas os esquemas não se referem somente a cenas. Podemos formas esquemas para seqüências temporais de ações. Um esquema de ação pode ser definido como uma representação temporariamente organizada de uma seqüência de ações ou como um conjunto de expectativas sobre o que ocorrerá e quando ocorrerá numa dada situação. Esquemas de ações concretas são chamados “scripts”. Peça a dez pessoas para descrever a seqüência de ações envolvida ao se levantar pela manhã e ir para a escola e você encontrará muitas semelhanças nas ações envolvidas. Os esquemas e os scripts são importantes porque constituem as primeiras unidades cognitivas usadas pelas crianças para representar agrupamentos de objetos ou ações da experiência diária. Ex. Um quadro negro, carteiras, boletins e um professor são agrupados num esquema para uma classe porque aparecem juntos em uma EXPERIÊNCIA, não porque dividem quaisquer semelhanças abstratas. Os esquemas e scripts ajudam-nos a agir eficientemente porque nos permitem antecipar e prever. Eles geram expectativas. Esperamos ver coisas que são coerentes com um esquema, então é provável que você note aquelas coisas ou estranhe uma cena ou seqüência de eventos que não seja comum a você. CONCEITOS ou CATEGORIAS Os esquemas são fiéis às características físicas das cenas ou ações que representam; os conceitos não são. Um conceito é uma representação simbólica de um conjunto de objetos ou ações. A linguagem é uma das maiores formas de representação simbólica. As palavras não têm qualquer semelhança física com os objetos que elas representam. Os conceitos simbólicos são, freqüentemente, categorias que representam qualidades abstratas comuns a um grupo de coisas ou objetos. Agrupamos cenoura, carne, leite e torta na categoria “alimento” porque eles têm a mesma propriedade de ser comestíveis. As crianças começam a agrupar objetos em categorias muito cedo. Crianças de 12 a 24 meses que receberam um conjunto de blocos pretos e brancos agruparam-nos espontaneamente por cor. Uma criança pode conhecer e usar uma categoria sem saber nomeá-la. Os conceitos simbólicos aumentam nossa capacidade para entender o mundo porque podemos aplicar conhecimentos conceituais a novas situações. Não precisamos recomeçar a aprendizagem cada vez que conhecemos uma pessoa ou encontramos uma situação nova. Por exemplo, as crianças pré-escolares usam “menino” e “menina” como categorias para pessoas; elas aplicam o que sabem sobre essas categoriais a novos meninos e meninas que conhecem. Adaptado do Livro: Desenvolvimento e Personalidade da Criança de Paul Henry Mussen da Editora HARBRA.